Tem uma autoestima alta? Ama-se incondicionalmente pela pessoa que é? Ou pelo contrário – tem dificuldades em dizer alguma coisa positiva sobre a pessoa que vê quando se olha ao espelho?
A forma como nos vemos, os pensamentos que temos sobre nós e a nossa percepção sobre as nossas qualidades e defeitos são os elementos principais da nossa autoestima.
A autoestima baixa influencia absolutamente todos os campos da vida. Quando não gostamos de nós, é mais fácil nos colocarmos em situações que não nos fazem bem, ou deixarmos as nossas necessidades para segundo plano.
Contudo, apenas quando estamos bem, satisfeitos com a nossa vida e felizes é que conseguimos trazer o melhor de nós para os outros.
Vou partilhar consigo algumas das possíveis origens da falta de autoestima, os sintomas a que deve estar atento e técnicas para que se possa voltar a amar.
Porque temos baixa autoestima?
Quando vivemos presos a culpas do passado, ou temos uma imagem distorcida de nós próprios, temos uma maior tendência para ter uma autoestima mais baixa.
Se estivermos presos em remorsos e culpas, por erros que cometemos no passado, acreditamos que somos más pessoas, ou que não merecemos coisas boas na nossa vida. E por isso temos uma imagem negativa de nós.
Por outro lado, existem alguns traumas, ou vivências do passado, que podem estar na origem de uma imagem distorcida de nós próprios, especialmente se estas acontecerem durante a infância. Durante os nossos primeiros anos, os nossos pais, ou cuidadores, são os nossos modelos de referência. Precisamos deles para cuidarem de nós, e nos mostrarem que o mundo é um lugar seguro. Através das suas interações connosco, estes cuidadores dão-nos informações sobre quem nós somos, e o que esperar dos outros seres humanos ao longo da nossa vida. Quando esta relação não é saudável, acabamos por sentir que não merecemos o amor de que tanto precisamos, e que provavelmente existe algo de errado connosco.
Resultado?
Como não recebemos referências suficientes sobre quem somos, vamos passar a nossa vida de adultos à procura delas. Estamos constantemente a comparar-nos com os outros, ou a tentar encaixar-nos nas expectativas dos outros, para sentirmos que somos “uns bons meninos”.
Quando sabemos quem somos, e estamos confiantes em relação à imagem que temos de nós, não precisamos da validação exterior.
Sintomas da falta de autoestima
Uma baixa autoestima causa danos profundos na nossa vida. Estes são os principais sintomas, ou consequências, deste estado:
- Sentimento de insegurança. Temos muita dificuldade em tomar decisões, e precisamos sempre de uma segunda opinião.
- Pouca ou nenhuma autoconfiança. Sujeitamo-nos constantemente a empregos e relações que não são benéficos para nós, e não acreditamos, nem procuramos, algo melhor.
- Excesso de autocrítica. Só conseguimos ver os nossos defeitos, e somos demasiado exigentes connosco.
- Intolerância à frustração. Qualquer pequena crítica, independentemente se fundamentada ou não, deixa-nos de rastos.
Como aumentar a sua autoestima?
Reconstruir a sua autoestima, ou mudar anos de maus hábitos e maus pensamentos sobre si próprio é um processo complexo. É muito importante procurar uma ajuda especializada, como a que temos no Instituto Hoya, que o possa guiar no caminho.
Contudo, pode começar por experimentar estas técnicas:
1. Defenda-se de si próprio
Uma das sugestões do Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (conhecido como NHS) é desafiar as crenças negativas que temos sobre nós mesmos. Faça uma lista das suas maiores críticas sobre si, e defenda-se de cada uma delas com exemplos concretos.
A ideia deste exercício é entender que também tem muitas qualidades e aspectos da sua personalidade que devem ser valorizados.
2. Faça coisas que gosta
Adora dançar, mas acha que não tem muita coordenação? Sente-se bem quando pinta, mas não é grande artista? Não importa!
Desafie-se a fazer coisas que o fazem sentir-se bem, e ignore as críticas.
3. Deixe de lado as comparações.
Todos nós somos pessoas diferentes! E existem muitas coisas por trás daquilo que conseguimos ver da vida dos outros. Por isso, não se deixe comparar com os outros. Entenda que tem o controlo sobre a sua vida, e não sobre a vida de mais ninguém.
4. Cuide de si, e mime-se
É natural que, com a autoestima em baixo, não sinta tanta vontade de cuidar de si, nem tire tempo para se mimar. Contudo, o autocuidado é fundamental para que se possa sentir melhor consigo, e para que não coloque a sua saúde em perigo por excesso de negligência.
5. Pratique exercício físico
Para além da atividade física libertar uma série de hormonas que transmitem a sensação de bem estar, ela também contribui positivamente para a sua saúde, e claro, para melhorar a sua forma física – o que o vai agradar quando se olhar ao espelho.